Pela vida que passou no tempo,
Deixando este simples vivente, vivido,
Com o passado completo e limpo.
Vivendo o presente que se apresenta,
Sem contar com novos amanhãs,
Por sabê-los, quem sabe não possíveis,
De vivê-los em chegada das manhãs.
Mas eis que num repente, um dos amanhãs,
Bem chegado, vívido se fez presente,
E levou então aquele ainda vivente,
A uma noite de descobertas e presentes.
Novos conhecimentos, nova amizades,
Novos ensinares e novos aprenderes,
Velhos sonhos que um dia foram audazes,
Velhas vontades de sonhos mordazes.
Novos viveres reavivaram tais sonhos,
Que pensava o vivente vivido, sepultados,
E num acaso de mãos que se encontraram,
Em simples carinhos únicos e impares,
Formaram novas imagens bem visíveis,
De amanhãs eternos e bem possíveis.
Mas, a realidade de acordar a cada manhã,
E entender que continuava longe..., o amanhã,
Dava para viver mais um dia que presente,
Sem que houvesse em realidade um presente.
E como criança triste, sem ganhar o que queria,
Este vivente vivido passava o dia e vivia,
Sem, contudo, conseguir embaçar a tela,
Onde se projetava a imagem da bela.
E continua vivendo a vida que sem atrativos,
Prossegue a passar constante sem parar,
Até que um dia, quem sabe em novos viveres,
Consiga perceber que o não realizado,
Ficou atido a um passado, que agora,
Passou a ser parte de mais um sonho castrado.
E..., se ávida, a vida se faz presente,
Se vívida, segue mesmo sem que presente,
Esteja aquela outra..., quem se faz ausente,
Resta somente um novo passado a limpar,
Onde nasceu, viveu e é relutado em matar,
Um Sonho Único, Simples..., e..., Impar.