Hábito Então.
Você habita em mim,
Como meu ser comigo habita,
Você está em mim,
Como um ser estranho,
Que divide meu corpo comigo.
Você é como um vírus,
Que tira vida do meu sangue,
Mas não me deixa doente,
Que sobrevive no meu corpo,
Mas não se apodera de meu ente.
Você é meu vício maior,
Não um vício comum,
Pernicioso ou maldito,
É um vício no qual me vicio,
Sem que com isso, seja inaudito.
Você me mata a fome de amor,
Como se me alimentasse,
Você me sacia a sede,
Como se fosse um néctar,
Que escorresse por meus lábios.
Você se me liga como uma ponte,
Por sobre um rio aonde eu chegasse,
Depois de beber da água
Da mais pura fonte,
E me jogasse nela de corpo e alma.
Mas se você está longe,
Se comigo não está,
Se com seu perfume me unge,
Se é meu vício e não me mata,
Se em mim habita,
Mas comigo não mora,
Se bem faz e nada de causa mal,
O que é você afinal?
A água da minha sede,
Da minha fome o pão,
Do descanso minha rede,
Do meu corpo o toque,
E que mantém meu enfoque.
Do meu ser, é o espírito,
Da minha alma a eternidade,
Da minha dúvida, o não,
Da minha certeza saudade,
Você é meu habito..., então.