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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Gaiola Dourada
Quantas vezes a segurança,
Precisa ser querida,
A ilusão ser sentida,
A pessoa se enganar?

Querida deveria ser a vida,
Sentida..., a liberdade,
Enganada..., a morte,
E auto-suficiente..., a pessoa.

Foi pensando nessas posturas,
Que me vi envolvido,
Por laços não de cordas,
Que prendiam mais,
Que todos os nós,
Que tiravam a liberdade,
Mesmo antes de ser vivida.

Mas..., era eu muito jovem,
Vivia do jeito que a família vivia,
Sem entender que aquela vivência,
Em nada se apresentava viva.

Passou o tempo,
Passou a infância,
Parte que vive viva,
Dentro da gente.

Passou a juventude,
Rápida como um raio,
Chegou época adulta,
Fase que não acaba,
E quando termina,
É porque acabou o corpo.

O ar passa então à forma,
Etérea..., leve e perene,
E a consciência,
Que em vida não tinha peso,
Será pesada e comparada,
A resultados desconhecidos.

Contudo, parece que tenho ainda,
Muito tempo para aprender,
Na ilusão sentida e mantida,
Do medo da ida que não tem volta,
Me enganando no ficar,
Sem autoflagelar a minha vida.

Entendendo como querida,
A liberdade perdida,
O amor desperdiçado,
Afeto dado, e não recebido.

Sim, liberdade..., um dia tive,
Fui livre, leve e solto como pássaro,
Que no lato imenso do éter,
Flana solto sem destino,
Ou em destino traçado,
Com rota conhecida,
Mas, em nenhum momento,
que tenha sido predestinado.

Não mais do que saber aonde ir,
Voltar à origem se tiver vontade,
Tendo à frente vento de proa,
Mas, vencendo no esforço próprio.

É..., tempo passa,
Aliás, o tempo deve ser pássaro,
Dizem que ele voa,
Ou tempo é água de rio,
Dizem que não volta.

Mas o nome do tempo é saudade,
Saudade é pássaro aninhado,
Que do ninho não se afasta,
Saudade é água de fonte,
Brotando sempre a cada instante,
Saudade não passa, por isso, não volta.

Mas, se ainda tempo tenho,
O que não quero amanhã,
É saudade!

Agora quero viver,
Sair, respirar, sentir,
O orvalho da noite,
O calor do sol,
O beijo amante,
O verso feito na boêmia,
O ritmo de um samba,
No pulsar do coração.

Estou vivo,
Não mais me privo,
Não mais me enlaço,
A não ser num novo abraço.

Olho o horizonte,
Ele está ali na frente,
E eu aqui a ele não chego,
Se não me puser a caminhar,
Na direção da luz do leste,
Deixando pra traz,
Tudo que não preciso levar.

É..., agora é o abrir da porta
Da gaiola dourada,
Que é muito mais prisão,
Pois a vida em ilusão,
Não é vida, não é nada,
A pessoa não é ninguém,
E o tempo que passa,
Traz o futuro que vem.

Pois que o futuro venha,
E que com ele chegue,
Quem para mim se dirige,
Que seja como eu, também livre,
Que no enlace do abraço,
Não se sinta presa,
E que na volúpia de um beijo,
Como eu..., sonhe desperta.

Que no descanso do prazer,
A soma seja discreta,
A multiplicação por par,
Divisão de alegrias,
E que não haja subtração,
Para que nenhum de nós,
Se diminua deixando resto.

Sejamos a equação perfeita.

Olinto Simões


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3 COMENTÁRIOS:

DILI disse...

"Que no descanso do prazer,
A soma seja discreta,
A multiplicação por par,
Divisão de alegrias,
E que não haja subtração,
Para que nenhum de nós,
Se diminua deixando resto.

Sejamos a equação perfeita. "

Lindíssima forma, mais do que poética. de decifrar a essência do amor. Mais uma vez você elucida aquilo que me é tão claro e tão obscuro.
A sua capacidade de visualizar as emoções humanas e migrá-las para o papel é algo fascinante.
Te amo poeta. Te amo Olinto!!!

Anônimo disse...

Um amargo desabafo, um querer voar sem asas...
Lindo!!!

Ana Paola

Anônimo disse...

Um amargo desabafo, um querer voar sem asas...
Lindo!!!

Ana Paola

Olinto Simões

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