-->

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Espelhado
Certa vez frente ao espelho,
Flagrei-me olhando firme meu rosto.

E ali, naquele instante eterno,
Vi a criança que um dia fui,
O jovem, que um dia gostei de ser,
Notei o adulto, que existindo feliz,
Acariciava os agora em cima poucos,
Mas fartos laterais e grisalhos cabelos.

A fase da infância vi na falta de rugas,
A juventude no romantismo teimoso,
Que ainda sonha com musas encantadas,
A vida adulta na experiência estampada,
Da alegria imortal que mantenho em vivência,
E da agora fase que chamo de conhecimento.

Vi-me naquele reflexo espelhado,
Onde tudo se mostra ao contrário,
Como alguém mui próximo e conhecido,
Inimigo de quem longe se mantém entorpecido.

E num piscar de olhos suave mas pertinente,
Novamente me encontrei em época desconhecida,
Era eu..., e não era..., a um só tempo,
Embora me conhecesse, me desconhecia,
Todavia me visse, não me enxergava,
Sabia-me eu próprio real e também intocável.

Vivi como "Ser", a experiência inusitada,
De saber-me consciente eterno no ontem,
Para ser inconscientemente perene no amanhã,
E assim nessa mescla evolutiva senti o valor do hoje.

Lembrei de quantas fotos tirei,
Pequeno, crescido, grande,
Brincando, emburrado, comendo,
Dormindo, trabalhando, cenas gravadas,
Sozinho, acompanhado, em grupos,
Fotografias em papel e projetadas.

Senti enorme valor no acontecido,
Lembrei do quanto li, estudei e quis aprender,
Sobre a vida, o transcorrer do princípio ao final,
Contudo disso nada ao "Humano" se desvela,
E como disse um poeta que não conheço,
Não creia nos meus retratos, nenhum deles me revela.

Olinto A. Simões

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit, sed diam nonummy nibh euismod tincidunt ut laoreet dolore magna Veniam, quis nostrud exerci tation ullamcorper suscipit lobortis nisl ut aliquip ex ea commodo consequat.

0 COMENTÁRIOS:

Olinto Simões

Contato
Olinto Simões
+55- 41 9 9997-3642
Brasil, Paraná, Curitiba