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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Diálogo Em Solilóquio
Ó Ego:
- Por que tu me Falas,
Quando meus Ouvidos não te Ouvem?

Falo, porque tu pensas não ouvir,
Mas..., a informação te chega.

Ó Consciência:
- Por que te manténs Amorfa,
Quando a Inconsciência te Informa?

Não, eu não me mantenho disforme,
Apenas aberta em constante mutação.

Ó par de Olhos:
- Por que não Enxergas,
O que a Mente te Mostra?

Enxergo o que à minha frente se coloca,
Mas, de outra visão..., também desfrutas.

Ó Emoção:
- Por que teimas em ser Vencedora,
Quando a Razão não pode ser Derrotada?

Porque sou instinto, e instinto não morre,
A razão pode ser perdida, não a emoção.

Se tu ego, me falas,
E por ti me informo,
Se tu consciência, te manténs aberta,
E por tua causa, mutante sou,
Se tu olhos, enxergas,
E doutra visão adquiro conhecimento,
Se tu emoção, és comigo congênita,
E tu razão, és comigo vivente,
Sou um Ser em perfeição,
Um humano em evolução.

Mas nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.

Creio então, continuar esta vida,
Da maneira que vivo até agora,
Consciente, interajo com meu ego,
Faço dele meu parceiro fiel.

Se, inconsciente separo-me do eu,
Com inteligência formada,
Deixo-me levar sem esforço,
Sentindo a verdade buscada.
Faço-me, pois, de forma presente,
Dualizo e dialogo com o ego,
Permitindo-me ouvi-lo,
Para poder ouvido ser.

Tirando de meus olhos,
A venda não existente,
Enxergo à clareza de sonho,
O que a mente já conhece.

E se consigo tais intentos,
Liberta à emoção,
E livre..., a razão,
Vivo com integralidade.

Mostro ao que vim,
Faço o que me propus,
Atinjo meus objetivos,
Item-a-item, como expus.

Vivo com amor e em Paz,
Sem guerras e sem rivais.
E incentivo com o exemplo,
Que o mesmo, façam os iguais.

Mas, nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.

Ao pensar em meus iguais,
Sei, não estou sozinho,
E o diálogo monológico,
Não mais mono e menos lógico,
Antes, de singular solilóquio,
Se estabelece em plural partícipes.

E assim, percebo que a evolução,
Faz parte de todo o Ser,
De Darwiniana nada tem,
Ela sim é impar, em fato e ação,
Cresce sempre a cada novo viver,
E o Humano das espécies, é o bem.

Mas, nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.

É..., acho que estou desperto,
Minha emoção está viva,
A razão..., sendo moldada,
Capto imagens atemporais,
Que olhos comuns não vêem,
Vivo de uma maneira informal,
Transmito em poesia,
A informação que me chega.

Dela..., o verso, faço em fruto,
Não me preocupo em ser ouvido,
Se, de boas palavras desfruto,
Delas não me sou comedido.

Mas..., por estar desperto,
Olho à volta, no dia-a-dia,
Noto a platéia vazia,
O "Diálogo" acaba,
O "dia" "logo" acaba,
Sinto que estou só,
A poesia..., solo de um louco,
A poesia..., diálogo em solilóquio.

Mas, nada disso me afeta,
Sou feliz..., por ser Poeta.

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4 COMENTÁRIOS:

Unknown disse...

Aqui você toca em outra questão fundamental:
O maior ou um dos maiores desafios do ser humano é precisamente "desidentificar-se" de todas as coisas e perceber que, no fim das contas, nada o afeta ou deveria afetá-lo.

A função dos artistas, dos verdadeiros intelectuais e de outros, no caso, é conhecer e descrever/expressar a realidade. é claro que, nesse caminho, encontramos uma "platéia vazia", como você disse, daí que não há outra opção que não optar pelo ascetismo, isto é, "dialogar em solilóquio".

Ocorre que a gente só consegue perceber o que está para além das contingências quando nos desapegamos delas e este é o problema com a maioria das pessoas: Elas não querem se desapegar do que já possuem, e por isso não percebem as realidades que existem para além disso e os benefícios que viriam ao conhecê-las, benefícios esses que superariam de longe o "sofrimento" que é ter que dialogar em solilóquio.

Grande abraço

Unknown disse...

Adorei!

Unknown disse...

Ser feliz por ser poeta... ser feliz por viver de poesia contanto que seja direta, contanto que não seja vazia, esta poesia retrata o interior do ser, aquele que esta interiormente escondido e não quer sair...

Anônimo disse...

O texto é a sua cara...se não soubesse quem era o autor, com certeza não teria dúvidas. A maneira como você escreve é muito "sua". Apenas um breve comentário, pois quem sou eu para criticar alguma obra sua??? Não ousaria fazê-lo. E com relação à platéia, ela jamais estará vazia... a minha cadeira sempre estará quentinha...enquanto observo deslumbrada a sua atuação no palco da vida. Apenas ficará vazia, no momento em que eu levantar para aplaudí-lo, expressando minha grande admiração. Um grande abraço da sua "discípula". Cássia.

Olinto Simões

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Olinto Simões
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